quarta-feira, 27 de julho de 2016

Pernas pra que te quero - Luiz Gê e Tacus - Bandeirantes FM - 1984

Novela radiofônica de Luiz Gê e Tacus, com trilha sonora do Premeditando o Breque. Levada ao ar pela Bandeirantes FM no programa Noite Alta, de Geraldo Leite.

Para ouvir clique aqui.

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Canarinho, o super-herói de Otávio


Essa edição é muito especial! Resgata um grande tesouro; tratam-se de três aventuras em formato de tiras de jornal criadas pelo grande cartunista, caricaturista e chargista Otávio Câmara de Oliveira ou simplesmente Otávio. Um excepcional artista e jornalista do traço.

Em 1967, Mauricio de Sousa começa uma nova empreitada. Reuniu quase uma dezena de quadrinhistas nacionais e ocupou por alguns meses meia página do jornal “Última Hora” de São Paulo, com tiras diárias, algumas com aventuras continuadas e outras com piadas avulsas. Essa verdadeira aventura durou de 12 de dezembro de 1966 a 25 de maio de 1967. Mauricio de Sousa, através de sua distribuidora, publicou trabalhos de Osvaldo Talo, Zezo, Luscar, Alvarez, Vilmar e seus próprios personagens, como o Mug

Um desses trabalhos foi muito especial, foi a primeira tira publicada pelo chargista e cartunista Otávio. Ele era desenhista do jornal e diariamente publicava ilustrações caricaturas, charges e dezenas de comentários gráficos dos fatos do dia. Ao que parece Otávio foi convidado por Mauricio de Sousa para ocupar um dos espaços disponíveis; Otávio optou por um super-herói; o Canarinho, que para se transformar num valente uniformizado comia alpiste. Otávio foi um dos profissionais mais constantes que publicaram tiras no jornal, foram quase cinco meses, o resultado impresso era de muito boa qualidade, com situações inusitadas e roteiro bem amarrado. Os desenhos eram ao estilo de Otávio: traços simples, caricaturais, muito bem delineados, com muita segurança e habilidade. Canarinho foi um personagem com argumentação muito diferente do que Otávio já produzia e do que ele publicou com o passar dos anos, especialmente nos jornais “Folha da Tarde” e “Notícias Populares”.  Um trabalho vigoroso e muito divertido.

Canarinho só saiu nas páginas do jornal e nunca mais foi publicado, injustamente esquecido e pronto para ser redescoberto, o super-herói é uma pequena, mas preciosa, demonstração do talento único de Otávio.
            
A edição também traz uma biografia de Otávio contando toda a sua trajetória artística e jornalística, uma entrevista com Maurício de Sousa comentando seus primeiros anos de produção, a distribuidora de tiras e sua inserção nos jornais, especialmente na “Folha de São Paulo” e na “Folhinha”. A publicação traz ainda uma análise de cada aventura do Canarinho e a capa realizada pelo filho de Otávio, também caricaturista, ilustrador, cartunista e artista plástico, Novaes.

Canarinho” é uma edição conjunta das Edições WAZ com a Inumanos Agrupados associadas à editora Laços. (36 pgs., tamanho: 16,5 x 26,5 cm., p&b, lombada canoa, R$ 26,00).

Para adquirir clique aqui.

quinta-feira, 17 de março de 2016

Pesquisa Sobre Quadrinhos - 1978

Pesquisa relativa ao panorama dos quadrinhos no Brasil conduzida pela ECAB (Editora Carneiro Bastos) no ano de 1978, onde se observa a tentativa de organização de uma associação de autores.

LEVANTAMENTO FElTO NO RIO DE JANEIRO JUNTO A DIVERSOS DESENHISTAS

Daniel Azulay
Fortuna
Caulos
Miriam Monteiro
Guidacci
Mollica
Coentro
Rico Lins
Reinaldo

Todos os acima citados trabalham eventualmente com H. Q. sem condlções, na maioria dos casos, de sobreviver apenas como profissionais de H.Q.

Do que foi conversado e tratado, deu pra trazer as seguintes reivindicações e ideias:

1 - Formação de urn grupo que atuasse junto ao governo, defendendo os interesses da classe.
2 - Lei de porcentagem: para jornais, uma parte das tiras nacional. Para editoras, percentagem nas páginas, percentagem nas publicações.
3 – revisão da cessão do direitos. Abolição de recibos com cessão de direitos obrigatória.
4 - Taxação e tabelamento nas bancas para igualar os preços de capa.
5 - Criação de um tabelamento básico para cobrança de cada setor.
6 - Obrigatoriedade de contrato.
7 - Criação de um centro de distribuição.
8 - Solicitação de incentivos fiscais.

Num levantamento feito junto à Rio Gráfica, temos os seguintes dados:

Uma revista estrangeira de H.Q., digamos O Fantasma por exemplo, custa para ser feita, no máximo 10 mil cruzeiros, isso incluindo direitos, tradutor, letrista, material de reprodução, cor e editoração, em 64 páginas.

O Picapau Amarelo, revista que a Rio Gráfica está editando, sai mais ou menos 80 mil, em 48 páginas. São 8 mil por roteiro, 5 por cento do preço de capa pelos direitos, 5600 por desenhista (são 4 desenhistas), mais outros salários, chegam a 40 mil ao todo de salários. Mais encargos e custo operacional. Isso fora o material de desenho, papel, tinta etc, e fora o custo de implantação. A parte industrial é equivalente.


segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Marcio Sidnei - Entrevista - 1978

Matéria/entrevista inédita realizada pela ECAB (Editora Carneiro Bastos) em 1978 com o desenhista e editor Marcio Sidnei Ehrlich, colaborador da revista O Bicho da editora Codecri.

Marcio Sidnei – Entrevista - 1978

O problema da regulamentação das histórias em quadrinhos na imprensa brasileira é um assunto que preocupa sobretudo o artista nacional cujos trabalhos sofrem as maiores restrições impostas pelo cartum estrangeiro, com a conivência dos editores nacionais. Embora tenha sido regulamentado por decreto-lei assinado em 1963, a matéria continua sendo até hoje o grande "fantasma" que representa a importação de personagens do exterior simplesmente porque as empresas editoras não cumprem a sua obrigatoriedade.

Por Marcio Correia Lima

A Editora Carneiro Bastos - ECAB, especializada na distribuição de cartuns genuinamente brasileiros e que luta há mais de três anos para impor o artista nacional no hostil mercado local, estrangulado pela maciça importação de nomes estrangeiros, reuniu em mesa redonda dois grandes desenhistas do quadrinho nacional - José Menezes (entrevista no post anterior) e Marcio Sidnei Ehrlich - para debater a situação e de quebra ouviu o jornalista Henrique Caban, chefe da redação de um dos maiores jornais brasileiros (O GLOBO), em cujas páginas abrigam os mais famosos nomes do "cartoon" internacional, em detrimento do produto nacional.

O QUE DIZ A LEI E O QUE NÃO CUMPREM OS EDITORES

No dia 23 de setembro de 1963, o então presidente João Goulart assinava o decreto-lei 52.497 que foi submetido ao Ministério da Educação de Paulo de Tarso, o qual disciplinava (e a partir dessa data nacionalizava) a publicação de histórias em quadrinhos. Segundo o decreto, as empresas editoras deveriam publicar, no conjunto de suas edições, 30 por cento de histórias nacionais a contar de 12 de janeiro do ano seguinte. A percentagem que visava diminuir o afluxo de temas estrangeiros nas histórias em quadrinhos, seria aumentada para 40 por cento em 1965 e 60 por cento em 1966, sendo que os desenhos humorísticos e as ilustrações seriam exclusivamente nacionais a partir do próximo ano.

Mas, apesar dessas imposições, de lá para cá, parece que a lei não surtiu nenhum efeito ou não entrou totalmente em vigor, pois o que se vê publicado em quase todos os veículos nacionais, com raras exceções, é a maioria esmagadora de desenhos estrangeiros.

Marcio Sidnei Ehrlich editor de histórias em quadrinhos de O GLOBO, além de ser crítico especializado na matéria e um estudioso da comunicação, fala do custo de uma tira de quadrinhos americanos.

— Para nós que recebemos o produto já manufaturado e produzido em série, esse custo é relativamente barato. Mas para o "syndicate", que contratou o desenhista, esse mesmo custo sai muito mais caro. Em alguns casos, de desenhistas famosos, as vezes a tira fica por 10 mil cruzeiros.

Para a maioria dos cartunistas brasileiros, as portas dos principais veículos estão fechadas, as chances são mínimas de verem seus trabalhos publicados e os incentivos quase não existem.

Sobre esse tema Márcio Sidnei explica que não são muito boas as perspectivas de abertura para o artista nacional, e que isso decorre sobretudo, da situação acima exposta. Isto é, o fator econômico.

Como autor de quadrinhos que também é, e já tendo publicado inclusive durante alguns anos a série “Sir Lancelot", na Tribuna da Imprensa, e atual colaborador junto com o desenhista Adail da série "Aristeu, o Juiz", Marcio comenta que sempre defendeu a criação de uma cooperativa que cuidasse dos problemas de produção e distribuição. Segundo o editor de quadrinhos de O GLOBO, na realidade, tem sido muito difícil conseguir a união dos desenhistas, cujas principais causas ele próprio desconhece. Mesmo assim, ainda espero que a ideia venha a se concretizar. Interrogado sobre o que se tem feito em prol do desenhista brasileiro, responde:

Marcio Sidnei e seu personagem Sir Lancelot em 1975 na revista O Bicho.

— Sou a favor da criação de um sindicato nos moldes do existente nos Estados Unidos como única saída viável para regulamentação da situação do profissional no Brasil.

Marcio Sidnei Ehrlich acha que o desenhista brasileiro carece de uma melhor formação técnica, principalmente no campo das artes visuais e gráficas para que este possa entrar num mercado cada vez mais competitivo e exigente. É preciso ser muito profissional.

Quanto a não devida divulgação do artista e de seus trabalhos, Sidnei Ehrlich é da opinião de que se deve montar um esquema perfeito de distribuição de âmbito nacional, que permita o barateamento nos custos para os jornais interessados na compra das histórias. É praticamente impossível, afirma Marcio, para os veículos nacionais, pagar a exclusividade dos desenhistas, enquanto nos Estados Unidos existe a fórmula do "syndicate", que cuida da produção e distribuição das histórias para o mercado local e externo.

Entre os profissionais brasileiros, ele destaca Luiz Fernando Veríssimo, Jaguar, Chico Caruso, Ziraldo e Jô Oliveira, entre outros. Do lado internacional, aponta o Recruta Zero, no original, Beetle Bailey e Hagar; e os desenhistas Feiffer, Moebius e Quino, entre os melhores.

O jornal O GLOBO do Rio de Janeiro é o único veículo brasileiro que não publica uma só tira diária de artistas nacionais; por outro lado, em suas páginas diárias, como no suplemento dominical, são editadas 19 histórias estrangeiras, para uma nacional representada pelo "Sitio do Pica-Pau Amarelo".

Para o jornalista Henrique Caban, chefe da redação de O GLOBO e ferrenho defensor do "cartoon" importado, o desenhista nacional não existe, ou melhor, diz que só pode citar um: Mauricio de Sousa.

Com esse ponto de vista radical, Caban vai mais além e afirma que o artista nacional não tem mesmo chance. E acrescenta que esta só virá quando todos se unirem em torno de um órgão de classe, porque a união faz a força.

Embora sustentando a afirmação negativa de que o mercado vai continuar fechado para o desenhista brasileiro, Henrique Caban se contradiz e declara que tem tentado abrir as portas para os profissionais de casa, e que sim continuará fazendo.

Contra a argumentação de que o que se vê todos os dias nos jornais brasileiros só são historietas americanas, meio embaraçado responde que isso e apenas uma questão de preço.

Enquanto o custo for mais barato para o jornal, continuaremos dando preferência ao produto importado, afirma Caban.

(C) ECAB
Outubro/1978

sábado, 16 de janeiro de 2016

José Menezes - Entrevista - 1978

Matéria/entrevista com o desenhista José Menezes produzida em 1978 pela distribuidora ECAB (Editora Carneiro Bastos) e que permaneceu inédita até os dias de hoje. Menezes nasceu em 06 de agosto 1933 e faleceu em 24 de junho de 2022.


QUADRINHOS: PROBLEMA DE ARTISTAS NACIONAIS

O desenhista José Menezes disseca em entrevista a luta do artista nacional contra o “fantasma” que representa a importação de personagens do exterior. Sua ideia para a formação de um sindicato, a exemplo do que é feito na França, parece a solução ideal.

Reportagem de YVONNE AMORIM

O leitor pega na banca uma revista de histórias em quadrinhos e jamais imagina os processos por quais passou até que a publicação fosse elaborada e finalmente impressa.

O público conhece os herois e muito pouco dos herois autênticos, aqueles cuja cuca foi fundida para a criação das figuras tão populares como O Fantasma, Robin Hood, Mandrake ou Jim das Selvas.

Originalmente importados, principalmente dos Estados Unidos, os personagens em quadrinhos têm uma história curiosa que é aqui contada por um artista de inegáveis méritos – José Menezes. O desenhista experiente e de imaginação fértil, capaz de manter a qualidade do trabalho, sem a qual o leitor se desinteressa pelos personagens.

O ARTISTA E SUA VIDA

Com 40 anos de idade, José Menezes já fez de tudo diante de um cavalete. Na Rio Gráfica Editora, ao atrasarem os norte-americanos a remessa do Fantasma ou Jim das selvas, tinha ele que passar horas e horas criando e desenhando a sequencia das aventuras dos conhecidos personagens. Isto porque as revistas têm dias certos para circular e o capital empregado em publicações do gênero não comportam atrasos. Mesmo porque são aos milhares os compradores habituados a tal tipo de leitura e a aquisição de revistas, em dias certos, faz parte dos hábitos dos fregueses. Eles ficam aborrecidos se lhes falta aquilo que procuram e o editor corre o risco de ver seus leitores serem atraídos por outros personagens, de firmas concorrentes.
Disso tudo o ponto central é o artista, no Brasil muito mal remunerado.

HISTÓRIAS IMPORTADAS – HISTÓRIAS NACIONAIS

Há muitos anos tentam os autores brasileiros quebrar a resistência dos editores, lançando personagens genuinamente brasileiros, sobretudo de nosso folclore. Porém, destronar o mágico ou o Tio Patinhas, já impregnados no mercado graças à hábil divulgação, não é tarefa das mais fáceis. José Menezes no entanto obteve êxito ao criar para a SURSAN, do antigo estado da Guanabara, quadrinhos sobre um tema profundamente humano: as favelas.

As dificuldades de mercado no entanto, não podem ser atribuídas somente aos editores, os quais já tentaram vencer o problema. O leitor – este sim – não aceita em sua grande maioria os personagens legitimamente brasileiros. Aqui vai um exemplo dado por José Menezes. Suas declarações são textuais:
“Falarei de Kim e Águia Branca e vou referir-me a histórias nitidamente brasileiras. Trata-se de distribuição de material nacional, distribuído paa jornais e revistas brasileiras. O argumento de histórias brasileiras ainda é um problema difícil e isso nos leva à opção de ter que desenhar coisas semelhantes aos enlatados tradicionais, exatamente porque, o nosso leitor que, durante anos e anos foi habituado a ler e ver as escolas de herois de fora, não aceita de pronto uma ideia oposta ao tradicional. Seria bom que o leitor aceitasse melhor as nossas lendas e o nosso folclore, tão ricos e importantes. Há tempos criei para uma editora uma história quadrinizada sobre a invasão holandesa, onde eu focalizava a resistência do Forte de Rio Formoso por um grupo de 13 brasileiros, durante cinco horas, frente a 300 ou mais holandeses. Procurei, em meu argumento, ser o mais autêntico possível, inclusive estudando trajes, costumes e fatos. Para minha decepção, consideraram o assunto não comercial...

O que anima ultimamente é ter encontrado uma editora como a Carneiro Bastos, que edita, investe e lança produções gráficas nos moldes americanos tudo o que produzimos.
A Carneiro Bastos nos dá uma participação na base de percentual fixado em contrato, por cada venda de nossa produção, em relação às vendas para jornais e revistas do Brasil, com opção para o exterior. Isso é muito bom porque essa editora, lutando tremendamente há vários anos, está, aos poucos, vencendo a resistência das empresas jornalísticas, já tendo aberto brechas no exterior.

Infelizmente são poucas as empresas compreensivas. Elas não imaginam a importância não só intelectual da divulgação daquilo que é nosso. E, também é necessário, que entendam sobre o aspecto econômico em relação às divisas despendidas com tal comercialização.
Tenho sido convidado com frequencia para participar de debates sobre o quadrinho nacional e não nego que tem sido grande a minha decepção.

A SOLUÇÃO DO PROBLEMA

Perguntamos a José Menezes se existe solução para o problema. Eis o que nos afirmou:
“Acho que seria importante a criação de um sindicato, a exemplo do que é feito na frança. Ali os desenhistas revendem seus trabalhos para o Socerlit, que os distribui para toda a Europa. Se alguma história de fora é pretendida po um jornal ou revista francesa, o comprador é obrigado a adquirir um similar francês. É uma forma salutar de “dá cá e toma lá”. Ninguém fica perdendo. Ninguém fica de fora”. 

Com sua larga experiência, Menezes prossegue discorrendo sobre a luta que está desenvolvendo:
“Tenho muita vontade de produzir um livro sobre quadrinhos e a ideia nasceu quando iniciei minha coleção de originais de tirinhas. Minha correspondência com desenhistas de outros países e também com os nacionais. Esse trabalho de cooperação sobre os quais debatemos estilos, didáticas e problemas, não apenas nos aproxima, mas acaba por nos dar luz em busca de uma solução.
Moacyr Cirne, meu particular amigo, ao publicar seu livro “A Explosão Criativa dos Quadrinhos”, teve ás suas ordens todo o meu arquivo de gibis. De qualquer forma, é um passo à frente. Ainda não tenho, pelo menos de imediato, solução à vista”.

E AS COMPENSAÇÕES?

José Menezes é um lutador e suas palavras revelam a esperança de dias melhores. Isto ele revelou quando lhe perguntamos sobre as compensações da luta desenvolvida:
“Tenho tido momentos de compensação. Não direi que se trata de compensação material, mas o lado moral e espiritual. Isto a partir da edição de “Kung-Fu” para a Ebal. Passei a receber cartas; muitas cartas dos leitores, me incentivando. Isso é um conforto.

Meus colegas, argumentistas e desenhistas me apoiaram inteiramente.
Primaggio, (criador de Sacarrolha), Orestes Oliveira, também desenhista de “Kung-Fu”; Hélio do Soveral, argumentista e numerosos outros me apoiaram e incentivaram. Isto já representa alguma coisa”.


José Menezes em 1975 na revista Kung-Fu da editora Ebal.

E A LUTA PROSSEGUIRÁ

José Menezes reside em Petrópolis. Ali ele imagina e cria suas histórias, dando continuidade à vida do fantasma ou de qualquer outro personagem, desde que lhe seja encomendado. Se o escritor americano está de pileque e não entregou a história. Se o desenhista de Tio Sam não deu conta do recado, por qualquer motivo, dos quadrinhos de Jim da Selvas, menezes vai para o estúdio e um novo capítulo dentro em breve está nas bancas.

Ele é otimista, embora desapontado pela resistência às histórias nacionais. Para encerrar a presente entrevista, afirmou:
“Tenho de lutar e acho não estar muito longe uma vitória. Se nos arregimentarmos e, a exemplo do que fazem os franceses, nos unirmos, acredito ser possível atingir o objetivo. Porque, de uma coisa podem estar certos: a luta prosseguirá!”.