quinta-feira, 29 de junho de 2017

Histórias que Ficaram na História - Diário de Notícias - 1955

Série contando passagens da história brasileira e universal, Histórias que Ficaram na História foi produzida por Sergio Macedo nos textos e desenhos de Renato Silva para o periódico carioca Diário de Notícias no ano de 1955. Posteriormente, em 1956, essa produção foi compilada em uma série de livros pela editora Conquista, com o nome de Seleções Da História Do Brasil E Do Mundo.

Sobre Renato Silva, a Enciclopédia dos Quadrinhos (Goida e André Kleinert, ed. L&PM - 2011), nos trás: "SILVA, Renato - Brasil - (1904-1981) - Renato de Azevedo Silva, nascido no Rio de Janeiro no início do século passado, pintor e ilustrador, deixou também uma importante contribuição para os quadrinhos nacionais. Em 1937, com roteiros de Francisco Armond, ele começou a publicar, em A Gazetinha, de São Paulo, A garra cinzenta. Com um desenho clássico, a narrativa que misturava elementos do policial com situações de mistério, lembrando os "seriados completos" da época, conquistou os leitores e tornou-se uma realização marcante. Ganhou álbuns - A garra cinzenta teve quase cem páginas e chegou a ser exportado. A úl­tima reedição - parcial- ocorreu no Almanaque do Gibi Nostalgia, número 6, de 1973. Renato Silva, depois, tornou-se ilustrador de livros didáticos e infantojuvenis, e seu último trabalho importante para os quadrinhos foi uma série de treze álbuns sobre a "História do Brasil e do Mundo" (editora Conquista-SP). Foi igualmente autor de um método de desenho impresso em vários fascículos, que se vendiam muito bem".


segunda-feira, 26 de junho de 2017

Carlos Estevão - Entrevista - 1972

Matéria publicada no Almanaque Humordaz, nº 2 - julho de 1976

Carlos Estevão, mineiro honorário, sempre curtiu Belo Horizonte e sua vida noturna. Era frequentador dos bares do Maleta, onde esbanjava vltalidade e humor. Essa foi a sua última entrevista, concedida ao Procópio e ao Geraldo Magalhães, ambos da editora Humordaz. Foi publicada no Diário da Tarde de 4 de março de 1972.

Quem quiser saber idade, local de nasci­mento, ou qualquer outra coisa de Carlos Estevão não precisa ir à polícia: basta consul­tar a Grande Enciclopédia Delta Larousse e outras menos votadas. 

E para começar, dois furos de reportagem: primeiro, Carlos Estevão não é carioca; segun­do, mora em Belo Horizonte, como quase todo mundo sabe. Pícnico (vá ao dicionário). E como todo pícnico, extremamente ciclotímico (volte lá, se for preciso), com predominância das fases maníacas. Um homem alegre, enfim, sem precisar de dicionário. E muito lúcido, embora não seja louco. Não vê televisão. Nem teatro, nem exposição, nem badalação. Refugia-se no seu estúdio, onde há pilhas de livros e de cartuns. E pilhas de pilhas (seu passatempo predileto é inventar aparelhinhos elétricos). 
Numa noite destas, bancamos o amigo da onça e interrompemos o sossego do alegre humorista para fazermos uma série de pergun­tas inocentes.

• Carlos, os intelectuais acusam você de fazer um humor muito popular, pouco sofistica­do. O que acha disso? 

• Procuro fazer um humor risível. Isto é importante para mim: que o humor seja risível. Não tenho pretensões intelectuais e não quero ser um Bernard Shaw brasileiro.

• Sua revolta contra a sociedade de consu­mo transparece nos seus desenhos? 

• Pode até aparecer, mas não estou preo­cupado com isso, não. Não consigo ser agres­sivo porque olho muito o lado humano das coisas e das pessoas. Não faço crítica direcional. Posso criticar uma situação geral, sem especificar, sem citar nomes. Olha, eu quero atualmente é um pouco de sossego, uma certa marginalização. Assistir de camarote os atletas se digladiando, correndo para ver quem vence na vida. Por exemplo: não gosto do tipo de humor do "Pasquim". O pessoal é excelente, conheço quase todos, são meus amigos. Mas eles fazem um humor muito agressivo, citam nomes etc. Sei lá, todo mundo é humano e tem suas falhas... 

• A pergunta tem de ser desculpada: você se sente realizado no humor?

• Infelizmente, não. Acabo de comemorar o meu cinquentenário: Nessa altura, realizando um balanço de tudo o que fiz e que sou, tenho a sensação de que, apesar da fama, apesar de ser um nome nacional, não era bem isso o que queria. Desejava não ter me envolvido, não ter participado desta competição pela vida, dessa escravidão determinada por obrigações e im­postos. Procuro uma vida livre, desvinculada de compromissos. Fazer o que eu gosto e quando quero. As coisas simples, atualmente, são as que me atraem. 

• De certa forma, você sempre foi livre. Fez o humor que quis, apesar das críticas, nunca pertenceu a nenhuma patota... 

• Realmente, nunca frequentei nenhuma panelinha. Mas tive que enfrentar a famosa luta pela vida. Veja um exemplo. Se você vai fazer uma caçada, mata uma paca, arrasta e corta, cozinha e come a paca, isto lhe dá um prazer imenso. Agora, se você vai a um concurso de caça, para ver quem consegue matar a paca maior, mesmo que seja a sua a vencedora, não há prazer nenhum nisto, ou, se há, já está contaminado. Já houve competição, pressão de grupo, obrigação.

• Mas essa vida livre de compromissos, dirigida em busca do prazer, tem muito de comum com a filosofia hippie. Você é do lado deles? 

• Acho a filosofia deles muito bonita, real­mente. Mas entre doutrina e maneira concreta de viver há sempre muita diferença. 

• Carlos, seu estúdio é uma esculhamba­ção genial. Pra que tanta coisa assim? 

• Olha, eu raramente saio de casa. Como não gosto de Flávio Cavalcante e essas coisas, deixo a família vendo a televisão lá embaixo e me refugio nesse cantinho. Aqui, faço de tudo. Conserto ferro elétrico, invento acendedores, gravo imitações, ouço música clássica e tango. Aqui eu conquisto um pouquinho daquela li­berdade de fazer o que quero sem sofrer restrições. 

• Deixando de lado os projetos elétricos você tem algum projeto vital? 

• Olha, o ideal da vida é fazer o que a gente gosta. A maioria dos cachaceiros debruçados nas mesas dos botequins tem dois problemas: o corno da mulher desonesta ou o corno da frustração profissional. Eu ainda quero fazer pintura. Já conversei com o Inimá (de Paula) e qualquer dia destes nós vamos sair pintando por aí. Estive observando... Já perceberam que as crianças e os animais são felizes? E por quê? Por causa do imediatismo de sua vida, da inconsequência. Eles não pensam no futuro, não planejam, vivem o dia de hoje e são felizes. Sei lá, eu queria ser criança...

• Você falava em pintura e passou a falar em infância. Alguma relação entre as duas coisas? 

• Talvez, sim. Quando menino, em Recife, todo mundo dizia que eu pintava bem. Fui para o Rio me aperfeiçoar. Primeiro, fui morar em Niterói, depois na Ilha do Governador. Dali criei coragem para enfrentar o centro da cida­de. Naquela época não tinha ainda humorismo estruturado. Eu era histriônico, gostava de ver as coisas pelo seu lado grotesco. Resolvi, então, fazer caricatura. Depois virei humorista, e o ideal de pintor ficou reprimido. Agora eu quero voltar à infância, o que equivaleria voltar a ser pintor. Mas isso aí é coisa para psicana­lista (e mostra uma charge onde um analista, fazendo anotações, diz distraído: Vou elimi­nar em pouco tempo essa sua cleptomania, enquanto o cliente está saindo e levando o divã e várias peças do consultório). 

• Olhando essas charges, estamos lem­brando de uma coisa: você lançou uma revista Dr. Macarra no início da década de 60. Você desenhava tudo aquilo sozinho ou tinha uma equipe? 

• Era tudo sozinho. Inclusive os textos. E havia textos longos, como os das aventuras de Sharleck Halmes. Tive que estudar atentamen­te a geografia londrina e conhecer a fundo a obra de Conan Doyle para não dar mancada. Uma farra ... A revista durou nove números e chegou perto de cem mil exemplares por semana... 

• Você vê alguma relação entre o Fradi­nho, do Henfil e o Amigo da Onça

• Ah, é claro. Os dois vivem fazendo safadeza e maldade. Aliás, o sadismo no hu­mor não é descoberta recente. É universal e intemporal. Veja Voltaire, por exemplo. O cara bom não faz sucesso. Acredito pouco no Je­remias, do Ziraldo, em termos de aceitação popular. O indivíduo bom não é engraçado. Aliás, gostei muito das considerações sobre a bondade que o Ziraldo faz no livro do "Jere­mias". 

Ficamos um tempo a examinar suas velhas charges, a revirar seu estúdio. Foi na saída que ele disse: 

• Uma revista japonesa, a "PHP", me encomendou algumas charges, há vários me­ses, e até hoje não mandei. Mas essa semana eu mando. Querem saber de uma coisa: vou mandar essa noite mesmo.

A reportagem a seguir foi publicada no jornal Última Hora em 1964, na coluna O Capitão, editada pelo cartunista Jaguar.

QUEM

CARLOS ESTEVÃO de Souza, 41 anos, Pernambucano. Inconfundivelmente mineiro, 93 quilos, um dos maiores humoristas brasileiros. o maior contador de piadas de fanho do Brasil. Como outros desenhistas de humor, é muito parecido com seus próprios bonecos. Estreou em 1946 no "Jornal da Moças", ilustrações românticas (abaixo). Em seguida foi para "O Cruzeiro", como ilustrador (a sério) das crônicas de Austragésilo de Athayde, o que já revelava seu senso de humor. Durante anos publicou charge diária no "Diário da Noite", onde lançou um suplemento de humor, "A Fralda" (a bandeira dos pequeninos) onde colaboraram Fortuna, Roland e outros cobras. Saíram sete números. Carreira mais longa teve "Dr. Macarra" (nove números) que terminou estafa total (não dos leitores) mas de Estevão, que era o faz tudo na revista: texto, desenhos e paginações. Criador de seções famosas no "O Cruzeiro": "Perguntas Inocentes", "Acredite Querendo" etc. É citado com destaque em "El Dibujo Humoristico", editado em Barcelona.

ESTÁ
atualmente morando em Belo Horizonte, onde colabora no "Diário de Minas" e leciona Artes Gráficas na Escola de Arquitetura de Minas Gerais. É quase atração turística na Capital; mineira; pode ser encontrado no "Bucheco", barzinho cheio de bossas, com música de Bach e tudo mais. Está organizando dois livros: um sobre o Dr. Macarra e outro de caricaturas sobre gente de Belo Horizonte, em edição de luxo, antecedido por uma exposição na AMAP. Nas horas vagas faz esculturas de pedra sabão, pinte (sob orientação de Inimá) e faz amigos, o que é sua maior especialidade.

FALANDO
"Sou contra humor hermético. Humor é para o povo" - "Tive um cachorro chamado Fernando Limonta, que até apareceu na TV" - "Meus temas prediletos: política e dramas conjugais" - "Há um tabu aqui no Brasil contra a publicação de livros de humor. A esse respeito, nossos editores têm uma mentalidade medieval" - "Certa vez comprei um carro com placa de praça e durante duas semanas trabalhei como chofer de táxi. Foi muito divertido" - "Uma revista de humor, se for bem feita e melhor administrada, pode se manter exclusivamente na base da venda em banca e ainda ser um bom negócio" - "Minha técnica de criação? Fixo-me num tema, como um caçador de tocaia, até surgir a piada".

sábado, 24 de junho de 2017

Dr. Macarrão, um figurão - Diário de Natal - 1957




Dr. Macarrão, um figurão
Personagem cômico de autoria de Carlos Estevão, este simpático vigarista vivia contando vantagens, quando na verdade tratava-se de um pobre diabo. Quando falava na alta roda que trabalhava num banco, na realidade era um banco de engraxate.
O Mundo dos Quadrinhos - Ionaldo Cavalcanti - Ed. Símbolo - 1977



CARLOS ESTEVÃO Brasil (1921-1970) 
Carlos Estevão de Souza, por mais de duas décadas, colaborou regularmente na revista O Cruzeiro. Deixou uma obra notável, dotada de fino senso de humor, muita imaginação e criatividade. Ape­sar de ser decididamente humorista (e excelente caricaturista), sempre utilizou em todos os seus trabalhos as técnicas dos quadrinhos, mesmo em narrativas às vezes sem baloons. Foi o criador de séries inesquecíveis e inimitáveis, como "As Aparências Enganam", "Ser Mulher", "Perguntas Inocentes", "As Duas Faces do Homem", "Acredite Querendo" e muitas outras. Além desses temas que se repetiam sistematicamente na revista - mas com constante renovação de ideias e até de técni­cas de desenho -, Carlos Estevão produziu ainda personagens reunidos na revista Dr. Macarra, publicada em 1962/63. 

O personagem que dava título à revista, um malandro metido a granfino refinado, vivia contando vantagens. No primeiro quadrinho, Macarra mentia descaradamente. No segundo, Estevão mostrava a realidade dos fatos. As histórias de Macarra não eram a única atração da revista. Havia ainda As novas aventuras de Shar­leck Halmes (que ironizava as deduções incríveis do personagem original de Conan Doyle) e figuras esporádicas, como Cabo-Frio, o galanteador, Jael, a Martirizada e Pimpo Aragão, o demagogo de Quirikomba.


Além dessa produção intensa, após a morte de Péricles (o criador de O Amigo da Onça, a página mais popular da revista O Cruzeiro), Carlos Estevão assumiu o personagem, mantendo-o até o seu prematuro falecimento em 1970. Em 1981, a Editora Record anunciava o ambicioso plano de reeditar a vastíssima e diversificada obra de Carlos Estevão. Começou com Dr. Macarra (com o título Um Playboy na FEB) e tinha, entre outras narrativas, O misterioso bicéfalo de Frankfurt, da série "As Novas Aventuras de Sharleck Halmes". Em 1986, com seleção e pesquisa de Otacílio d'Assunção Barros (o Ota), saiu o segundo álbum, Ser Mulher, o melhor da ironia feroz de Estevão em histórias variadas. E ficou por aí. Menos de cem páginas de uma produção que chegaria, por baixo, a milhares de páginas.
Enciclopédia dos Quadrinhos - Goida / André Kleinert - Editora L&PM - 2011

Dr. Macarrão, um figurão, foi publicado em forma de tiras diárias entre 1957 e 1960 pelo Diário de Natal e entre 1956 e 1959 pelo Diário de Pernambuco (ambos do grupo Diários Associados).





segunda-feira, 19 de junho de 2017

Messalina - Notícias Populares - 1967


Messalina, mais uma tira na linha de Amores Célebres, criada por Carlos Dulci para o jornal Notícias Populares

Essas séries históricas eram muito populares e eram feitas em quantidade, tanto por autores estrangeiros quanto por artistas nacionais. A biografia de Dulci continua sendo um mistério, mas sabemos que produziu grande volume de material para o NP durante a segunda metade da década de 1960.

sábado, 17 de junho de 2017

As metralhantes aventuras de John Milay - Correio da Manhã - 1970



Com influência dos quadrinhos adultos europeus da segunda metade da década de 1960, como Pravda, Jodelle e Barbarella, esta série foi publicada no Correio da Manhã em 1970 e criada por Ary Koslovsk Paulo César Coutinho.

Arte pope, contracultura e psicodelismo se misturam nas aventuras do "agente de forças ocultas" John Milay, com participações especiais da cantora Marlene, Leila Diniz e do ator e surfista Arduíno Colassanti, na figura de Arduíno Colante.




Mais uma vez o mistério fica por conta dos autores das Metralhantes Aventuras de John Milay. No caso do desenhista, a única referência encontrada foi a do ator Ary Coslov, nome artístico de Ary Koslovsk, nascido em 1942. Na época da publicação da tira teria 27 anos. Pela idade e pela ligação com o mundo artístico pode ser a mesma pessoa.


Quanto ao roteirista, Paulo César Coutinho, existiu um dramaturgo, morto em 1996 e nascido em 1947, teria então 22 anos. Como era ligado à parte de textos, pode ser ele mas, por enquanto, não se pode afirmar com certeza que não seja um homônimo. O próprio Arduíno Colassanti declarou, em entrevista à revista Trip nº 77 que acompanhava a tira pelo jornal, mas jamais conheceu seus autores.




segunda-feira, 12 de junho de 2017

Heróis do Espaço - Notícias Populares - 1967


Heróis do Espaço - série na linha de Flash Gordon criada por Carlos Dulci em 1967.


Carlos Dulci, nessa época, publicava diariamente tiras, ilustrações e charges no jornal Notícias Populares. Devido a essa sua grande produção, podemos supor que Carlos era funcionário do jornal, provavelmente trabalhando no departamento de arte. Infelizmente não há outra informações sobre o mesmo, pelo menos por enquanto.

sexta-feira, 9 de junho de 2017

Crimes que Abalaram São Paulo - Última Hora - 1960


Esta série relata crimes famosos da história de São Paulo. Escrita pelo jornalista M. A. Camacho, conhecido por suas reportagens policiais e romances históricos e desenhada pelo grande artista gráfico e pesquisador Ionaldo Cavalcanti, autor do clássico livro O Mundo dos Quadrinhos, aqui sob o pseudônimo de Ilo

Crimes que Abalaram São Paulo foi publicada entre 1960 e 1961 pelo jornal Última Hora e é composta de três relatos: O Crime da Paralítica Teresa Rank; o Crime da Mala e O Crime do Restaurante Chinês.



M. A. Camacho entrevistou o famoso bandido Meneghetti entre 1960 e 1961, e esse trabalho, além da edição em livro, foi publicado em capítulos no jornal Última Hora. Também escreveu diversas outras obras, todas de caráter sensacionalista.

Considerado pelos críticos da época como autor de subliteratura ou literatura marrom, a sua maior produção incide sobre personagens populares da história universal, que compõe a coleção Camacho, com mais de 20 títulos, dos quais se destacam: A pecadora Salomé no palácio do rei Heródes; Scarface, traficante de mulheres; Messalina, imperatriz do vício e do pecado e Aníbal Vieira, o lampião paulista. 

Na apresentação do livro Elisabel, Sol e Mel da editora Líder - 1975, podemos ler: “Camacho sempre foi um dos primeiros em História Universal nos colégios porque passou. Mais tarde romanceou-a com êxito. Escreve desde os 18 anos, tendo começado nas revistas “Carioca” e “Noite Ilustrada”, do Rio, onde viveu sua juventude. Fon-Fon, O Malho e Vamos Ler foram outras tantas revistas que publicaram seus artigos, sempre com vários pseudônimos. Em SP, foi repórter de Última Hora, deixando-a em 64. O total de livros seus, editados de 50 a 64, atingiu 500 mil distribuídos em diversos títulos, como Frinéia, Calígula, Meneghetti etc. 24 romances ao todo é o total de sua produção, incluindo Elisabel”. Portugal e Angola compram muito seus romances, e o editor Gallimard, de Paris, mostrou interesse em editá-los em francês, assunto que está em demarches”.

Por ocasião da morte de Ionaldo A. Cavalcanti (1933 - 2002) em 07 de maio de 2002 a Agência Estado noticiou: O pintor e artista gráfico Ionaldo Cavalcanti morreu ontem, no Instituto do Coração (Incor). Ionaldo trabalhou na Última Hora e na Editora Abril, onde foi chefe de arte de várias revistas. Escreveu Esses Incríveis Heróis de Papel, sobre personagens de histórias em quadrinhos.

quarta-feira, 7 de junho de 2017

Espionagem - Notícias Populares - 1984



Espionagem foi uma tira de aventura criada pelo cartunista Roger (Rogerio Silva dos Reis) e derivada de outra criação sua, Agente Ômega

Veiculada em 1984 pelo Notícias Populares, tinha uma pegada erótica e bastante adulta, de acordo com o perfil do público do jornal paulistano.

segunda-feira, 5 de junho de 2017

As aventuras de Pelezinho - Última Hora - 1964

O Pelezinho de Kanni.




Em janeiro de 1964 o jornal Última Hora estreava uma nova tira em sua seção de esportes: Pelezinho. Foi a primeira vez que o astro do futebol apareceu em uma história em quadrinhos. Como o personagem principal da série, logo em sua primeira aparição, assiste a um jogo do Rei do Futebol, podemos supor que não se tratava do próprio Pelé (Edson Arantes do Nascimento, 1940-2022), mas sim de um jovem com o mesmo apelido do esportista. A tira sobreviveu pelos primeiros meses daquele ano e frequentemente funcionava como uma charge, comentando não só assuntos esportivos, mas também assuntos da pauta política da época, como o governo João Goulart.



O autor, Takuyuki Kanni, nascido em 1938, não era frequentador assíduo das páginas do jornal. Estudante de medicina e desenhista autodidata, fazia trabalhos (imagem acima) para o jornal estudantil O Bisturí, do Centro Acadêmico Oswaldo Cruz da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (nº 96, junho de 1960). O autor aparece no expediente como “Desenhista”. 

Segundo ele, um amigo conhecia o diretor do Última Hora, Jorge Cunha Lima, que estava procurando um cartunista para fazer charges políticas no jornal. Kanni apresentou um personagem negro e de topete que as pessoas associaram a Pelé.

Como o colunista Ricardo Amaral conhecia o jogador, foi feito um contato com o mesmo e uma autorização informal foi dada para o uso do nome Pelezinho. 



Com o advento do golpe militar e o recrudescimento da situação política no país, o UH começou a sofrer uma série de perseguições, o diretor foi afastado e a tira descontinuada. Kanni se distanciou dos desenhos. Formado médico, mudou-se para o interior de São Paulo (Itapeva) onde desenvolveu uma carreira de sucesso na medicina, que já dura mais de 50 anos.



Acima, Kanni em O Pif-Paf.




Kanni retornou aos desenhos semanalmente na década de 1990 com charges políticas de assuntos municipais na Folha do Sul de Itapeva, onde permaneceu por cerca de 20 anos, até o fechamento do jornal. Segundo palavras do próprio autor: "O foco sempre foi a política local e o fiz de janeiro de 1993 a dezembro de 1996 e depois de abril de 1999 a dezembro de 2010, com pausa em 97 e 98, quando exerci cargo na Secretaria Municipal de Saúde". Abaixo, alguns exemplos das charges de Kanni nesse período.








sexta-feira, 2 de junho de 2017

Ringo Marlow - Notícias Populares - 1967



Carlos Dulci ilustrava, praticamente sozinho, todas as edições do diário paulistano Notícias Populares durante a segunda metade dos anos 1960.



Aproveitando a onda dos spaghetti western, criou para o jornal a série de faroeste Ringo Marlow em 1967.


Nessa série em especial, observamos forte influência do desenhista chileno/argentino Arturo del Castillo. Mas não se trata de simples cópia. Em sua imensa produção podemos notar que Carlos Dulci era um grande desenhista. Infelizmente não há outras informações sobre ele.